VI Simpósio do Clero: uma experiência de eclesialidade
Reaviva o dom que há ti. Foi este o tema escolhido para o VI Simpósio do Clero de Portugal que decorreu, em Fátima, entre os dias 1 e 4 de Setembro. Estiveram presentes cerca de 800 padres, contando também com diáconos e seminaristas das diversas dioceses do país e congregações religiosas.
Certamente que o número não será o mais importante. Não obstante, ele é significativo na medida em que revela o interesse e a motivação da Igreja na procura de novas formas de evangelização, de eclesialidade e da necessidade de encontrarmos Cristo vivo, numa permanente redescoberta da beleza da comunhão e da fraternidade eclesial no anúncio da palavra de Deus.
A beleza desta eclesialidade foi visível nas celebrações, onde bispos, padres, diáconos e seminaristas se juntaram para rezar diariamente em comunidade (oração de Laudes e Vésperas e adoração ao Santíssimo). Há certamente uma imagem que ficou retida na memória de muitos: o final das eucaristias. Celebradas na Igreja da Santíssima Trindade, caminhávamos em procissão, como um só corpo e como povo de Deus chamado e enviado para a missão, seguindo as pegadas dos nossos pastores.
Eclesialidade essa patente também na dimensão formativa, proporcionada por excelentes oradores que exploraram nas diversas vertentes o tema deste Simpósio, reavivando o dom presente em cada um. Recordo com especial atenção as palestras de Anselm Grün e de Amedeo Cencini, que abordaram a figura do padre na sua dimensão humana, psicológica e teológica. Num tempo onde os saberes se globalizam e multiplicam, concluímos que “sem formação permanente há frustração permanente” (Cencini).
Por tudo isto, estes dias fizeram lembrar a vida das primitivas comunidades cristãs, tal como nos vem relatada no livro dos Actos dos Apóstolos: “Como se tivessem uma só alma, frequentavam diariamente o templo, partiam o pão em suas casas e tomavam o alimento com alegria e simplicidade de coração. Louvavam a Deus e tinham a simpatia de todo o povo. E o Senhor aumentava, todos os dias, o número dos que tinham entrado no caminho da salvação” (Act 2, 46-47). Talvez esteja aqui o começo da redescoberta da identidade sacerdotal da Igreja, testemunhado ao Homem contemporâneo que Cristo não é uma mera hipótese mas presença viva no coração do mundo.
Esta aproximação às nossas origens foi uma experiência de comunhão, onde cada um a seu modo, na sua diferença e situação, tornou possível fazer uma experiência de solidariedade fraternal. Pois, mais do que ser ensinada, a comunhão é para ser vivida, testada e experimentada na vida da Igreja. Ela experimenta-se na relação concreta com os outros. Não se trata de uma questão académica mas existencial, fundamental, capaz de fazer atrair para Deus todos o que andam à margem de Cristo.
Neste sentido, o Simpósio foi também um acto cultural, um dom recebido para ser partilhado com todos aqueles que não puderam estar presentes, padres e leigos, para que a todos chegue esta alegria da comunhão e da fraternidade cristã; um acontecimento cultural que permitiu alargar horizontes mediante a partilha de ideias, a oração e a vontade comum de anunciar Cristo a todas as gentes.
Toda esta dimensão fraternal em Cristo é de suma importância para a Igreja se reencontrar quotidianamente consigo mesma, mediante o testemunho de sacerdotes, diáconos e leigos, de modo que outros possam dizer: “vê-de como eles comungam do mesmo corpo, de Cristo Jesus”! Este pequeno testemunho observado poderá levar à conversão silenciosa a Cristo e à Igreja porque, depois da Palavra, vem a atitude e o carácter com que envolvemos as nossas acções. S. Paulo dizia na carta aos Coríntios: “Peço-vos, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que estejais todos de acordo e que não haja divisões entre vós; permanecei unidos num mesmo espírito e num mesmo pensamento” (1 Cor 1, 10), de modo que a incredulidade daqueles que não acreditam não aumente ainda mais!
Por tudo isto, o Simpósio, ou melhor, a manifestação de uma eclesialidade tão alargada, foi (é) um testemunho àqueles que estão a iniciar a vida ministerial na Igreja, afirmando que é possível viver a comunhão eclesial quando congregados em nome de Cristo e que tudo se transforma quando unidos em torno d’Aquele que nos concede o sopro de uma vida plena.
Agora, caberá a cada um fazer a sua parte, de modo que o dom possa ser partilhado com os demais. Eis o mais belo sinal de eclesialidade!
Certamente que o número não será o mais importante. Não obstante, ele é significativo na medida em que revela o interesse e a motivação da Igreja na procura de novas formas de evangelização, de eclesialidade e da necessidade de encontrarmos Cristo vivo, numa permanente redescoberta da beleza da comunhão e da fraternidade eclesial no anúncio da palavra de Deus.
A beleza desta eclesialidade foi visível nas celebrações, onde bispos, padres, diáconos e seminaristas se juntaram para rezar diariamente em comunidade (oração de Laudes e Vésperas e adoração ao Santíssimo). Há certamente uma imagem que ficou retida na memória de muitos: o final das eucaristias. Celebradas na Igreja da Santíssima Trindade, caminhávamos em procissão, como um só corpo e como povo de Deus chamado e enviado para a missão, seguindo as pegadas dos nossos pastores.
Eclesialidade essa patente também na dimensão formativa, proporcionada por excelentes oradores que exploraram nas diversas vertentes o tema deste Simpósio, reavivando o dom presente em cada um. Recordo com especial atenção as palestras de Anselm Grün e de Amedeo Cencini, que abordaram a figura do padre na sua dimensão humana, psicológica e teológica. Num tempo onde os saberes se globalizam e multiplicam, concluímos que “sem formação permanente há frustração permanente” (Cencini).
Por tudo isto, estes dias fizeram lembrar a vida das primitivas comunidades cristãs, tal como nos vem relatada no livro dos Actos dos Apóstolos: “Como se tivessem uma só alma, frequentavam diariamente o templo, partiam o pão em suas casas e tomavam o alimento com alegria e simplicidade de coração. Louvavam a Deus e tinham a simpatia de todo o povo. E o Senhor aumentava, todos os dias, o número dos que tinham entrado no caminho da salvação” (Act 2, 46-47). Talvez esteja aqui o começo da redescoberta da identidade sacerdotal da Igreja, testemunhado ao Homem contemporâneo que Cristo não é uma mera hipótese mas presença viva no coração do mundo.
Esta aproximação às nossas origens foi uma experiência de comunhão, onde cada um a seu modo, na sua diferença e situação, tornou possível fazer uma experiência de solidariedade fraternal. Pois, mais do que ser ensinada, a comunhão é para ser vivida, testada e experimentada na vida da Igreja. Ela experimenta-se na relação concreta com os outros. Não se trata de uma questão académica mas existencial, fundamental, capaz de fazer atrair para Deus todos o que andam à margem de Cristo.
Neste sentido, o Simpósio foi também um acto cultural, um dom recebido para ser partilhado com todos aqueles que não puderam estar presentes, padres e leigos, para que a todos chegue esta alegria da comunhão e da fraternidade cristã; um acontecimento cultural que permitiu alargar horizontes mediante a partilha de ideias, a oração e a vontade comum de anunciar Cristo a todas as gentes.
Toda esta dimensão fraternal em Cristo é de suma importância para a Igreja se reencontrar quotidianamente consigo mesma, mediante o testemunho de sacerdotes, diáconos e leigos, de modo que outros possam dizer: “vê-de como eles comungam do mesmo corpo, de Cristo Jesus”! Este pequeno testemunho observado poderá levar à conversão silenciosa a Cristo e à Igreja porque, depois da Palavra, vem a atitude e o carácter com que envolvemos as nossas acções. S. Paulo dizia na carta aos Coríntios: “Peço-vos, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que estejais todos de acordo e que não haja divisões entre vós; permanecei unidos num mesmo espírito e num mesmo pensamento” (1 Cor 1, 10), de modo que a incredulidade daqueles que não acreditam não aumente ainda mais!
Por tudo isto, o Simpósio, ou melhor, a manifestação de uma eclesialidade tão alargada, foi (é) um testemunho àqueles que estão a iniciar a vida ministerial na Igreja, afirmando que é possível viver a comunhão eclesial quando congregados em nome de Cristo e que tudo se transforma quando unidos em torno d’Aquele que nos concede o sopro de uma vida plena.
Agora, caberá a cada um fazer a sua parte, de modo que o dom possa ser partilhado com os demais. Eis o mais belo sinal de eclesialidade!
João Paulo Costa
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